Funcionários da Ubisoft manifestaram preocupação com a parceria da empresa com a Arábia Saudita para a criação de um novo DLC para Assassin’s Creed Mirage. O conteúdo adicional, que terá como cenário AlUla, um sítio arqueológico de grande importância cultural para o país, gerou debate interno na companhia.

O financiamento do DLC pelo Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita, um fundo soberano, reacendeu discussões sobre a ética de colaborações com países com históricos questionáveis em direitos humanos.

Em uma sessão de perguntas e respostas interna, um funcionário questionou se a parceria com a Arábia Saudita, em particular após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, poderia prejudicar a imagem da empresa. A direção da Ubisoft respondeu que a visita do CEO Yves Guillemot à Arábia Saudita, como parte de uma delegação com o presidente francês Emmanuel Macron, era uma “ferramenta diplomática” para expandir a influência da França e disseminar seus valores. Sobre a origem do DLC, a empresa se limitou a dizer que “não comenta rumores”.

A Ubisoft tentou ainda diferenciar o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman, presidente do PIF, do próprio fundo, argumentando que “o dinheiro deste não é de MBS, e conversar com parceiros que não compartilham nossos valores democráticos não significa abandoná-los”.

Guillemot anunciou o DLC de AlUla durante um evento na Arábia Saudita. Ele afirmou que a criação do conteúdo envolveu especialistas em arqueologia para garantir a autenticidade do cenário. A empresa declarou ter controle criativo sobre o conteúdo e que a atualização foi possível graças ao apoio de organizações locais e internacionais, além de acesso a especialistas, historiadores e recursos para garantir uma ambientação precisa.

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